quarta-feira, junho 21, 2006

"Tempo"

Quanto tempo temos?
Vinte anos? Um ano? Um dia? Uma hora? Ou só um breve minuto que se desfaz num àpice?
Será que o tempo não será mais que uma lembrança que trazemos no bolso?
Não sei...
O tempo...esse pequeno mundo de horas que às vezes nos afasta, outras nos devolve...que nos faz sentir ansiosos e amedrontados, que muitas vezes repudiámos, lamentamos, agradecemos inexplicavelmente felizes.
Mas é assim que funciona o pulsar da natureza...
Por ele se nasce, por ele se desfalece.
Sei que amanhã, estas palavras não passarão de pequenos desabafos que se encolhem em segundos...não será mais que um pequeno grito numa hora de desespero, um sorriso silencioso e breve que se estende numa hora morta que repousa no peitoril da minha janela.
O tempo é mesmo este fio transparente que nos arrasta para o mundo onde habitam as saudades, nostalgias e outros pequenos sonhos que a passos lentos nos atrevemos a pintar.
Há dias em que sentimos a voz trémula e raivosa, temos as mãos cansadas de escrever, o cérebro saturado de tanto imaginar as cores, os sabores e até os cheiros do tempo.
E a verdade é que ali permanecemos à espera do nada, incapazes de reagir, incapazes de nos deixarmos levar por aquilo que nos faz sentir vivos.
A vida é este´pequeno retalho construido pelas linhas do tempo.
Mas este retalhado deve ser alimentado, coloquem-no ao abrigo da chuva, da tempestade, do Sol e do vento, como se de um quadro se tratasse.
Sabem porquê?
Porque este pequeno retalho que trazemos na mão, não é mais que o tempo que se esgota à força de o lembrarmos.
O tempo é feito pelos ponteiros do relógio, mas não importa o tempo que temos, importa a forma como o vivemos.

Fiquem bem e tenham tempo para sorrir.

Uma nota numa hora morta

Pandora

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