sábado, agosto 26, 2006

Para além de uma voz calada...


Sim quero sentir um abraço...
Sim quero falar sem pausas, dizer tudo sem dizer nada
Falar abertamente, sem medo, numa praia parada, ouvir as ondas do mar.
Adormecer numa feliz madrugada, crescer numa nova morada...
Sim, quero desvanecer no teu braço, sem falar, sem ouvir, sem pensar...
Queo apenas renascer, num poente a norte, num Sol, numa nuvem, num arco-iris...
Sim, sem medo, velejar em sentido contrário, onde só o vento nos ensina a crescer...
Onde o nevoeiro desaparece por amanhecer e onde as lágrimas solenemente nos soltam da voz...onde os sorrisos flutuam sem direcção e onde enfim nasce um sonho que se perde num abraço...ameno...lento...talvez sim...ou talvez não...

Pandora

domingo, agosto 13, 2006

Cannonball


É tarde...tarde para te falar abertamente, tarde para te ouvir respirar, tarde para te ver,embora eu nunca te veja...É tarde para te mentir, é tarde para te dizer que não, é tarde para correr atrás deste vento seco numa breve tarde de Verão...É tarde para correr com a saudade, é tarde para dizer o que significas para mim, é tarde e a vida não passa da "Cannonball" que alguém resolveu cantar...e é tarde...é tarde por ser cedo de mais...e aqui estou eu "...when you know that you just don't know ..."e continuo aqui a flutuar como uma bala de canhão...enfim...é tão cedo para se fazer tarde...

Pandora

sexta-feira, agosto 04, 2006

?


Talvez deva sentir a saudade que vem de mansinho...que se aproxima quando foge, que questiona o inquestionavel, que cresce em vão aqui e além...Talvez deva largar a imaginação por breves instantes para ser capaz de renascer em outro lugar...Talvez deva dizer tudo sobre o nada, esperar pelo desespero de me sentir a sufocar, sentar, respirar, ouvir pelo menos uma vez tudo o que no silêncio se transforma...Talvez te deva guardar como um segredo, mostrar-te ao mundo e sorrir...Talvez deva tentar compreender o que não dizes, ou ficar na penumbra de uma incerteza que um dia surgirá inerte...São só duvidas...E do nada, tenho a certeza que isto não passa de uma velha história em que todos tentamos dar a volta sem saber onde fica o norte, onde teimamos em envelhecer em segredo e muito lentamente, num estado absorto de saudade aceitamos a vida e esperamos...esperamos e esperamos...e assim permanecemos...sentados em frente àquele mar imenso sob um céu estranho de verão onde até a saudade anseia por um sorriso...

Uma nota numa hora morta

Pandora

quarta-feira, agosto 02, 2006

Some Light


Sinto o corpo cansado, a alma pesada...Sigo sempre o mesmo trilho mesmo que eu saiba que não tem saída nenhuma...Sorrio sempre que a alma me dói na esperança que isto diminua a minha dor...Mas não..O vento sopra sempre em lado contrário e o mar recua sempre que avanço...Quero ver as estrelas, mas sempre muito de repente o céu escurece e entristeço-me porque sei que podia te-lo feito enquanto as noites foram limpas...Afasto-me da saudade para não ter que dizer o quanto algumas coisas são importantes...Tento saltar aquele muro de pedra que agora se quebra amanhã se ergue de novo...Sinto-me sem chão, outras bem presa a uma corda de fios de seda...que como se pode calcular são tão frágeis como esses sonhos que nos arrastam pela vida fora...Acredito que apesar de tudo, os sonhos são um espaço onde nos permitimos viver intensamente...Será que um dia conseguirei libertar todas as fadas deste pequeno conto esquecido debaixo da minha almofada? Um dia saberei a resposta para isso..até lá ficam soltas pequenas palavras que derramam a sua ausência...e um dia...sim...talvez um dia...eu sinta a alma leve, siga um caminho diferente, sinta o vento levar-me para norte e talvez venha um dia a sentir um toque de uma estrela no meu ombro e com um sorriso ser capaz de adormecer no país dos sonhos...
Uma nota para uma hora morta
Pandora